O desenho e a natureza


As crianças são pesquisadoras, observam o mundo à sua volta, teorizam sobre ele e assim também vão aprendendo a representá-lo. Como professora sempre que posso gosto de compartilhar os olhares das crianças com outros adultos, compartilhar meus olhares com as crianças e principalmente aprender com elas novos jeitos de ver, assim uma folha, encantadora por sí só ganha outros contornos, outros traçados, novos significados adquiridos com o olhar muitas vezes inaugural das crianças. 
Após uma visita ao Parque das Águas, no bairro do Itaim Paulista, as crianças tiveram a oportunidade de olhar outros tipos de árvores, sementes, plantas, flores, bichinhos...encontramos também morangos silvestres protegidos por um enorme formigueiro (claro que descobrimos isso bem depois, fugindo delas com os morangos nas mãos) resolvemos coletar galhos, sementes, folhas e flores que estavam pelo chão e levamos de volta para nossa escola. Lá pudemos olhar de várias maneiras, usamos lupas e usamos também sulfite e lápis para que pudéssemos fazer nossos desenhos










Após essa observação e desenhos, no decorrer dos dias, as crianças foram experimentando desenhar em outros lugares em que pudessem olhar de perto as árvores, folhas, frutos e desenhar com ajuda de pranchetas, lápis, gizes. Isso deu a elas repertórios para novos traçados e cores, puderam observar detalhes que destacaram em seus desenhos, como as raízes das árvores por exemplo. Fazer um trabalho de observação da natureza permite que tanto as crianças quanto os adultos possam ver coisas que geralmente passam desapercebidas, instiga a pensar em formas de representação, dá repertório ao olhar, além de permitir abandonar desenhos estereotipados, como macieiras e outras árvores, flores e frutos que não fazem parte do nosso território.




Margarida de Sousa Barbosa

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